O despertador,
ele observa
Às quatro da manhã
Ainda no quarto
ocorrerá o corte
Agora, são...
Três e cinquenta e seis
Um abraço impossível
lhe arrebenta a sensatez
Seu amor, marionete
de rosto que desaparece
Três e cinquenta e sete
Intensifica o desejo
de permanecer
venta, esquenta, esfria
chove, no mesmo segundo
aos cinquenta e nove
Ouroboros as horas,
implacáveis e famintas.
A mente, dormente mente
ao supor-lhes eternas
São, já, quatro.
Morre estridente, o sonho
E a realidade acontece.