Em solo ou corpos, repousam
Sussurro de vida, intento
Adormecidas, na escuridão
Guardam em si, o nascimento
Célula, semente, promessa
Embrião, gametas, vigor
Dançando em harmonia
Despertam e revelam, fulgor
Polinizadas existências,
Num ballet de vaso ou jardim
Anteras, estigmas, êxtase
De princípio que não tem fim
Estranhas entranhas em frenesi
Pulsando de si uma constante
Embriogênese fecunda que tece
Vida, de forma exuberante
Cloroplastos sorvem cor da luz
Ímpeto microscópico, de existir
E no endométrio glicoprotéico
Embrião busca se nutrir
Verde, vermelho, espetáculos
Ver nascer, ver germinar
Ver flor vencer obstáculos
Gente do ventre, gente brotar