Naquela noite, ela estava cansada, seu corpo só queria um banho e dormir.
Saiu do seu consultório, resolveu caminhar até em casa, já que era perto, e a noite estava agradável. Seus passos leves pela calçada, balancando as ancas e os cabelos longos ao vento.
A rua estava vazia, o silêncio da cidade era imensurável, aquilo chegava ser assustador.
Passou pela calçada em frente a praia, parou, olhou o mar ao longe, a brisa esvoaçava seu vestido azul.
Estava decidida a recomeçar a vida naquele lugarejo.
O passado passou, pensou ela.
Percebeu que alguém se aproximava, sentiu pegadas vindas em sua direção.
Sentira um arrepio, aumentara os passos.
Um beco, ela resolve fazer uma rota mais curta até sua casa.
Agora, não mais ouvira aqueles barulhos de alguém se aproximar. Seguiu com mais tranquiliade, as ondas tilintavam, seu coração acelerou e sua respiração ficara ofegante.
No final do beco, o que parecia uma luz, tornou-se uma silhueta gigantesca.
Ela não conseguira ver quem era, tampouco, o que era.
De repente, um grito abafa a noite de outono do ano 1960.
Por Patrícia Rosa