Quero ainda o que queria.
O mesmo menino no querer.
Os desejos de adulto buscam algo além.
Quem? Ou o que?
Incessantes na infância,
hoje em parte suprimidos,
querem água da mesma fonte
porém já incompreendidos
pelo ser que me tornei,
não encontram espaço
para viajar, criar, acontecer.
Eram mundos fascinantes,
de lógica apenas minha,
incríveis, exuberantes e
dolorosos se eu permitia.
Hoje não encontro dia
em que não deseje a mesma magia,
sem ser, contudo, capaz
de deixá-la acontecer.
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mais um texto resgatado de um velho baú...
Mais uma bela ilustração da amiga @anabedoya