Não percebe a vida, ou ainda, a madeira
que aquela fresta que resta, úmida
é sinal de podridão, morte ordeira.
Esporo que se instala num vento qualquer,
numa rasgo, num vão, numa vida que inala
semente que um fungo em ápice exala.
Um reino inteiro, e ainda um mistério
forjado no podre, esquecido, no velho.
Em segredo se alastra, domina… Micélio.
Então uma incerteza antiga, dita esquecida,
que cresce sutil, por toda uma vida,
numa única noite lhe adoece…
Formoso cogumelo floresce.
2019
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Já que o amigo Fabrício mencionou esse poema, porque não trazê-lo? Detalhes: Foi o cogumelo branco da foto do 'cartaz' que me inspirou o poema... Ele me pôs a refletir profundamente após surgir, como mágica, no batente de madeira de um móvel embutido velho... Já o cogumelo da capa talvez mereça uma poesia ou, quem sabe, um conto 🤔. Fica pra outra vez 😊.