Como quem se debate
contra grossa parede,
desejo em desespero o que vejo
Imagem que vive no quadro,
ingrediente de devaneio
Sei que nunca será, e ainda creio.
Lembranças falsas saboreio,
enfraqueço, e permaneço vivo.
Almejo um possível abraço,
suplico um improvável beijo.
Ao certo só sobrevivo...
Não se dá conta ou adivinha
somar sua existência a minha.
Inda assim meu olhar apanha,
minha alma perde o paradeiro.
Sou parte humano, sem razão,
arte sem apreciação,
Sou um tolo não inteiro.
Todo sabor se torna frio.
Propaga anseio,
meu olhar vazio...