Quando o reino do real evanesce
E a consciência some
Sou jogado num universo
Do qual desconheço nome
E por tais terras, portais
Onde há seca, sede, fome
Há inimigos fatais,
E o desespero consome
No ar, putrefeito percebo
Familiaridade infame
Livro-me do preconceito
Vejo, por detrás do arame
Arquibancada tipo romana
Gente espalhada, enxame
Como inseto para chama
Há quem talvez me chame
Um amigo, conhecido?
Um filho, pai, alguém querido
Reconheço-o sem saber
quem é…
Ele agradece-me a visita
Me conta sua conquista
Em breve, também estará
De pé.
Eu choro de alegria,
Ainda sem saber porquê
Ele segura uma escultura
de argila…
Algo em mim sussurra:
“Ela foi feita por você”.